sexta-feira, 8 de maio de 2015

A Importância Do Intervalo !

  O intervalo tem grande importância para um treinador, é a pausa que anuncia que o jogo esta a meio, é a única pausa onde o treinador pode organizar a equipa e pode chamar a atenção a todos os jogadores sobre o que esta a correr bem ou a correr mal. 

  O resultado a meio do jogo é um grande influenciador de decisões tomadas pelo treinador, se a equipa está a perder, o treinador vai tentar encontrar a melhor estratégia para inverter o resultado, se o resultado está empatado, procurará levar a equipa a encontrar o caminho para o golo mas sempre com equilíbrio, se está a ganhar, então o treinador vai transmitir a sua equipa a melhor estratégia para controlar o jogo e tentar pelo menos manter o resultado. 

  Assim podemos concluir que o intervalo, é uma ferramenta extremamente útil para os treinadores para além de ser uma “arma” psicológica que muitos treinadores usam para aplicar energia extra aos seus atletas, o treinador pode tomar decisões táticas, conversar com os jogadores acerca do que esta a correr mal, os pontos fracos e fortes e todo qualquer outro assunto que seja importante para o jogo. 

  Independentemente se a equipa está a vencer ou a perder, muitos treinadores reforçam a confiança dos jogadores durante o intervalo, uma vez que dentro do balneário, não existe mais nada a não ser a equipa.


Como recuperar de um resultado negativo ao intervalo?

  Antes do jogo, é necessário treinar durante a semana de treinos os processos de jogo que vão ser usados durante essa partida, isto é, ter diretrizes segundo o modelo de jogo que é a identidade da equipa, assim como ter diretrizes segundo o jogo, que são as orientações para esse jogo. Quando uma equipa entra em jogo bem treinada e previamente bem orientada, perder ao intervalo não significa que não seja um obstáculo que não é possível inverter. Quando os jogadores estão cientes daquilo que podem fazer no campo, será mais fácil inverter o resultado sem pressão e sem nervosismo. Mas quando uma equipa sente que não sabe o que está a fazer no jogo, sem saber como atacar ou defender, certamente é muito difícil inverter o resultado. Então, a regra número um é: treinar os processos da equipa. Não acredito que exista outra forma de inverter um resultado a não ser que a equipa esteja bem preparada para qualquer adversidade.

  Se os jogadores estiverem bem preparados, eles sentem que podem ganhar o jogo ou levar um bom resultado, se sofrem um golo, não significa que o jogo esteja perdido, mesmo que seja contra um adversário forte. Então, se a equipa está pronta para jogar, porque não reforçar a confiança, desafiar os jogadores, torna-los mais capazes de enfrentar qualquer jogo? Ações técnicas e ações táticas são orientadas pelo cérebro dos jogadores. Quando um jogador está motivado, sente vontade de vencer, porque não reforçar essa confiança? Quanto maior for a confiança e quanto mais o jogador acreditar nas suas capacidades, mais fácil será para o jogador realizar qualquer ação técnico-tática com eficácia. Quando um jogador está a jogar bem, incita um segundo jogador a jogar bem, que por sua vez incita um terceiro, o que fará toda a equipa jogar como sabe e como se preparou. Os jogadores apenas precisam de reconhecer que o primeiro passo é o mais difícil, mas do segundo passo para o terceiro torna-se mais fácil e consequentemente todos os passos serão fáceis. Regra número dois: reforçar a confiança do plantel.

  Durante a primeira metade do jogo, o treinador vai identificar os vários pontos fracos no adversário, pensando depois em alguma estratégia capaz da sua equipa usar para explorar os pontos fracos do adversário. Então o treinador ao intervalo vai explicar quais são os pontos fracos, quais são os processos eficazes que a equipa treinou e organizar a equipa de maneira a jogarem segundo a identidade da equipa. Mesmo que a equipa esteja a perder, o treinador está a criar expectativas que é possível vencer. É uma excelente estratégia psicológica para reforçar a confiança do plantel. Regra número três: identificar os pontos fracos adversários.




  Por vezes os pontos fracos da equipa adversaria não coincidem com os pontos fortes da nossa equipa, então o ideal para o treinador será utilizar o(s) processo(s) mais eficaz possível que tenham sido treinado, tanto a defender como a atacar. É mais fácil por a equipa a fazer algo que treinou e que os atletas sabem fazer, mesmo que essa escolha não seja o melhor processo perante o ponto fraco encontrado, mas assim o treinador sabe que pode ir de encontro a identidade da equipa e conseguir um bom jogo, do que usar uma estratégia que equipa não treinou. Isto quer dizer que, por muito bom que seja um processo de jogo, se não for treinado, dificilmente terá eficácia. Treinar previamente processos distintos será uma grande ajuda antes de um jogo. Regra número quatro: a equipa deve jogar aquilo que sabe jogar, e não jogar a inventar.

  Se ao intervalo, a equipa encontra-se com um resultado negativo, mas, no fim do jogo, a equipa conseguiu dar a reviravolta ou obter um bom resultado, o treinador deve agradecer o esforço. O treinador deve elogiar o empenho e o trabalho efetuado pelo colectivo naquele jogo, nunca esquecendo o trabalho realizado durante a semana, assim o treinador vai manter a confiança da equipa para a semana de trabalho e para o próximo jogo. Inútil será não elogiar. O elogio tem o poder de reforça a imagem de comando do treinador, é como se comprasse um serviço aos jogadores ao intervalo e no fim utiliza o elogio como moeda de troca. Da parte dos jogadores, quando conseguem a reviravolta, todos eles vão sentir necessidade de aprovação do seu treinador. Regra número cinco: elogiar o esforço dos jogadores no fim da partida.

  Assim podemos fazer um breve resumo sobre cinco regras importantes para recuperar uma equipa ao intervalo. Existem centenas de regras que se aplicam a cada tipo de filosofia e características do plantel e as situações descritas são apenas exemplos, mas estas são as regras básicas:


  Regra nº. 1: Treinar os processos da equipa, previamente

  Regra nº. 2: Reforçar a confiança dos jogadores

  Regra nº. 3: Identificar os pontos fracos do adversário.

  Regra nº. 4: Jogar aquilo que preparou da forma mais eficaz quanto possível, sem inventar nada que possa atrapalhar

  Regra nº. 5: Elogiar o desempenho no fim da partida


  Para concluir, caso seja necessário fazer a reviravolta a um jogo, essa reviravolta começa muito antes da própria partida. Começa no treino, e equipas bem treinadas têm mais hipóteses de virar o jogo a seu favor. Então, para ganhar, o treino é fundamental.


quarta-feira, 29 de abril de 2015

Da Teoria à Prática !

  O Futebol é um "mundo" sem um fim. Quanto mais se estuda, mais dúvidas aparecem e consequentemente mais se aprende. É um desporto emocionante, fascinante, mas que precisamos velar com clareza, pela razão, para que possamos compreender e desenvolver.

  Já não basta ter uma bola e correr no campo com ela, na direção da baliza adversária até fazer golo. O jogo está cada vez mais organizado, é preciso criar uma razão para que a bola se move para aquele espaço, às vezes mais que dois e três espaços diferentes, até conseguir levar a "redondinha" até a baliza adversária, e então rematar e fazer golo. 

  O processo de jogo é o objetivo principal e o golo o objetivo final, porque sem um jogo de qualidade, as hipóteses de finalizar à baliza são bastantes menores.

  Podemos enumerar imensas características a avaliar nos treinadores. No entanto, vou falar apenas de duas, que relacionam o treinador com o jogo, deixando a liderança do grupo ou o treino de lado. Não quer dizer que seja menos importante, porque o é, mas a forma como o treinador se relaciona com a natureza do jogo está assente em imensos fundamentos.



O CONHECIMENTO TÁTICO DO TREINADOR !

  Há treinadores que apresentam melhor capacidade para treinar do que para compreender o jogo. São capazes de organizar um bom treino, mas o seu conhecimento tático está aquém daquilo que realmente acontece dentro do campo. Muitas vezes, no jogo, acontecem coisas incompreensíveis para a maior parte dos espetadores. Ações técnicas, como fintas e passes, estas são fáceis de perceber, porque são ações físicas, e que encantam o adepto comum.

  No entanto, uma ação não se desenvolve apenas em função de uma finta ou um passe. Existem ligações com os colegas de equipa, a situação momentânea em que acontece essa ação, o porquê de realizar essa ação nesse momento, num jogo há tanta coisa a ter em conta, que torna a avaliação dessa ação muito mais complexa.

  Ter conhecimento tático não é perceber que uma equipa joga em 4x4x2, porque o 11 inicial tem 4 defesas, 4 médios e 2 atacantes. Ter conhecimento tático, é muito mais que isso. 
Dentro do esquema tático, existem movimentações, fases de jogo, comportamentos para cada situação de jogo, princípios, entre outros aspectos que é impossível resumir organização tática a um simples sistema tático de números (4x4x2 ou 4x3x3,etc.).

  Acredito que cada vez há mais pessoas com um conhecimento tático suficiente para trabalhar em jornais desportivos e realizar análises em condições, mas nos jornais, não encontramos nenhum conhecimento tático digno de uma análise de futebol. Um treinador não pode ter a mesma linguagem do adepto comum.



A LEITURA DE JOGO DO TREINADOR !

  Por muito conhecimento que o treinador apresente, importa também saber interpretar o que acontece em cada momento no jogo. Um treinador, para além de conhecer todos os conceitos táticos, tem de ser capaz de os perceber quando acontecem no jogo. Conhecer o jogo e ser capaz de o ler para arranjar a melhor solução para jogo.

  No jogo, o jogador que corre mais, que marca mais golos, ou que desarma mais vezes, não é considerado sempre o melhor jogador.
Porque esse jogador que corre mais, muitas vezes é aquele que não sabe ocupar o seu espaço dentro do campo, deixa passar imensas bolas pelo espaço onde deveria estar, obrigando outro a fazer duas posições e assim  descompensar a equipa.
O jogador que marca mais golos não joga sozinho, porque o coletivo, como um só, é capaz de fazer a bola chegar à baliza adversária de maneira a ele marcar o golo, mas ninguém se lembra de como ela la chegou para ele marcar. 
Muitas vezes existe o jogador chamado de “fintinhas” ou “malabarista”, que passa a vida a perder a bola, mas faz um grande golo, já é considerado pelos adeptos o melhor jogador.

  No futebol, nem tudo é uma questão de organização tática. Mas, é através da organização tática, que o treinador se faz usar do seu poder para organizar o grupo, para fazer sobressair as mais fortes habilidades dos jogadores. 

  Jogar em coletivo, como um só, onde defesas são os primeiros a atacar, na saída de jogo, os atacantes são os primeiros a defender, pressionado, notamos até algumas alturas do jogo onde temos 11 defesas ou 11 atacantes.

  Todos os jogadores têm habilidades físicas e técnicas, que facilmente são demonstradas quando estes jogam dentro de um coletivo que os potencialize. Uma estrutura nos momentos de jogo, uma estratégia para o jogo, princípios para as várias situações similares e comportamentos para as várias fases do jogo. 

O que fazer com a bola? Para onde se movimentar sem a bola?

  Estas duas questões estão presentes durante o jogo completo e isto sim é organização tática !




quarta-feira, 22 de abril de 2015

MODELO DE JOGO

Opinião de um treinador, Joel de Castro.


  O futebol ou a estratégia está muito desenvolvida para além do simples 4-3-3 ou 4-4-2, etc. Os jogadores são aquilo que treinam e cada vez mais se potencializam nos treinos. Quem treina bem e com rigor dificilmente vai jogar mal.
  
  Fazer um jogador jogar é fácil, mas fazê-lo jogar numa equipa com comportamentos pré definidos e estabelecidos é tarefa de treinador. Para o treinador criar o seu modelo de jogo tem que ter a sua ideia de jogo bem definida e clarificada. Tem que conseguir que os seus jogadores revelem e exprimam em campo os princípios de jogo nas várias fases. Tem que articular e unir esses comportamentos para criar a identidade da equipa formando assim a organização funcional.

  E para que os comportamentos sejam capacitados e evoluídos é importante conhecer as características dos jogadores. Por fim colocar as peças (jogadores), no campo, potenciando a ideia de jogo, os princípios e características dos jogadores, numa organização estrutural adequada e que consiga fazer um elo de ligação com tudo o que o treinador quer no seu modelo de jogo.

  Então, se pararmos para pensar e imaginarmos uma reflexão sobre o assunto, chegamos a uma conclusão rápida. Tudo no treino de futebol deve ser planeado e ir ao encontro do modelo de jogo. De criar no jogador rotinas que permitam potencializar em si ações dos princípios e sub-princípios que o modelo de jogo necessita. Os exercícios de treino vão permitir ao jogador uma adaptação daquilo que o treinador quer e criar imagens no seu cérebro que na situação de jogo ele vai buscar automaticamente.

  Um exemplo preciso deste meu raciocínio são estes exemplos. Se eu planear um futebol apoiado de passe curto não faz sentido algum, “perder tempo” de treino com exercícios que estimulem o passe longo de 20/30 metros. Ou, fazer exercícios de finalização com cruzamento em que os jogadores que efetuam os cruzamentos são defesas central, médios defensivos. Pois num jogo de futebol e no meu modelo de jogo certamente isso não vai acontecer muitas vezes.

  Cada jogador deve solicitar ao máximo no treino as ações propícias á sua função na organização estrutural para que consiga transportar isso e se sinta confiante e confortável quando tiver que exercer no jogo. É o treinador que tem o papel fundamental de organizar um plano para que consiga com um plantel inteiro ser capaz de executar o seu modelo de jogo e conseguir os seus objetivos. O modelo de jogo pode ser a base do sucesso pois a perspicácia e conhecimento pode ser fundamental na obtenção do resultado.



sábado, 4 de abril de 2015

Da Tática Individual á Tática Coletiva !

Quando falamos da tática ou estratégia a usar num jogo, nunca podemos deixar de parte três aspectos que contribuem para que o sistema tático adotado atinga os objetivos preestabelecidos.

 Um treinador quando prepara a sua tática tem sempre três tipos de táticas a estudar para o jogo, a tática individual, a tática de grupo e a tática colectiva, tendo todas elas que ser levadas em consideração pelo treinador.


  
  A tática Individual trata-se da função que cada jogador tem de desempenhar, dentro da proposta colectiva, o treinador precisa de estabelecer de maneira clara e eficiente o papel de cada um dentro de campo, desde o guarda-redes até ao avançado. Dentro da tática individual estão ainda as orientações sobre a movimentação de cada jogador, a postura ofensiva e a defensiva. 

  Quando falamos em planeamento dirigido de um sector específico, estamos a falar da Tática de Grupo. A tática de grupo envolve as atribuições de cobertura, apoio á marcação, linhas de passe e triangulações, ocupação de espaços e aberturas. Por exemplo quando atribuímos as funções do sector do lado direito, onde envolve os jogadores que jogam pela direita do campo, estamos a falar de tática de grupo. 
  
  Como o futebol é um jogo colectivo, um jogador não consegue jogar sozinho, mesmo que tenha planeado bem as suas funções para o jogo (tática individual), todos precisam saber como auxiliar o colega de equipa, quer seja na marcação, nas movimentações defensivas bem como nas atacantes.

  Por fim temos a Tática Coletiva que se trata do planeamento adotado para toda a equipa, esta tática tem como objetivo interligar e coordenar as táticas de grupo. 
  O sucesso da tática que a equipa vai adotar, depende muito da maneira como o treinador preparou as funções de cada jogador (tática individual) e as movimentações ordenadas de cada sector (tática de grupo).

  Assim podemos dizer que a estratégia de jogo só funciona se estes três tipos de táticas estiverem bem definidos e funcionarem ao máximo, porque se um jogador falhar na sua função, isso vai alterar as funções dos outros jogadores, alterando assim o rumo da equipa.

  O treinador tem que ser um líder e definir com clareza as suas estratégias para o jogo, desde as individuais às da equipa.


sexta-feira, 27 de março de 2015

XI CONGRESSO INTERNACIONAL DE FUTEBOL - ciência, competência, razão !

  O Instituto Universitário da Maia (ISMAI), irá realizar o 11º Congresso Internacional de Futebol, nos dias 29 (quarta - feira) e 30 (quinta - feira) do mês de Abril.

  O Congresso terá presenças de grandes nomes do Futebol Português !

  As inscrições são admitidas até dia 20 de abril, sendo limitadas à capacidade do auditório !

  Para mais informações, pode aceder ao site do ISMAI através de : 

quarta-feira, 25 de março de 2015

A relação da Tática com a Técnica !

 
  Anteriormente, falei sobre a importância que a táctica tem no futebol moderno. Desta vez vou continuar a dar ênfase a táctica mas relaciona-la com a técnica, duas vertentes pertencentes ao jogo, de que formas se relacionam e que vantagens podemos tirar dessa relação.

  O futebol tem-se caracterizado pela evolução do treino individual do atleta e colectivo da equipa tanto no campo (físico, técnico e táctico), como no apoio (psicológico clinico e administrativo).

  O fundamento técnico no futebol é uma ação necessária por parte do atleta para participar no jogo, todos os atletas durante um jogo têm a necessidade de passar, de dominar, de conduzir e de rematar a bola. Em vários momentos do jogo, como no defensivo, a marcação e o desarme são ações habitualmente realizadas pelos jogadores, já nos momentos ofensivos, o remate e a simulação também são ações que os jogadores utilizam várias vezes. 

  O treino técnico tem como objectivo desenvolver, evoluir, aprimorar ou aperfeiçoar os diversos fundamentos específicos do futebol para facilitar a habilidade do atleta no jogo. 

  O treino tático por sua vez, é a forma da equipa jogar, de se posicionar dentro das quatro linhas de maneira a atingir o objectivo planeado para aquele jogo. 

  Assim entende-se que o fundamento tático depende do técnico, pois para atingir os objetivos do jogo, a equipa depende da forma como os seus jogadores estão preparados tecnicamente. 
  
  A tática de jogo é o objectivo para qual a técnica é usada pelos jogadores. Com isto pretendo dizer que, a tática orienta os objetivos da técnica utilizada pelos jogadores, levando-os a ter um objectivo para cada passe, simulação, remate, drible, desarme, entre outras ações técnicas. Traduzindo isto para um exemplo pratico, por exemplo, vamos supor uma situação de contra - ataque de uma equipa, é muito simples e realiza-se por fazer um passe longo para um jogador bem colocado na frente. Nesta situação, as ações realizadas pelos jogadores, passa, pelo passe e recepção e para finalizar a jogada o jogador mais adiantado terá que fazer outro tipo de ações técnicas como a simulação ou a condução de bola até efetuar o remate. 



  O que são ações técnico – táticas? 

  As ações técnico – táticas são as ações realizadas pelos jogadores, cuja a ação que é realizada pelo jogador (técnica) tem um objectivo já planeado (táctica). Uma combinação tática é composta por várias ações técnico-táticas, sendo estas ações a simulação, o passe, a recepção e a desmarcação, por exemplo. Assim podemos entender que as ações técnico-táticas são aquelas em que os jogadores utilizam, com base a resolverem as mais variadas situações frequentes no futebol. 

  Durante um jogo de futebol, o primeiro problema que o jogador enfrenta tem natureza tática. Em primeiro lugar, deve saber o que fazer, o que foi planeado e qual a estratégia para atingir o objectivo, só depois tem de colocar em prática as suas capacidades motoras e não só, para resolver os problemas que o próprio jogo proporciona. 

  A importância da decisão faz parte do nível mais elevado, através de uma leitura completa e correta, o jogador conseguirá tomar uma melhor decisão, esta decisão depende de vários factores, como a experiencia do atleta. Os atletas devem possuir recursos específicos para realizarem uma ação fundamentada na hora de decidir. Estes recursos são nada mais que a técnica. 

  A capacidade tática do jogador esta sobre a técnica, pois durante uma partida, os factores de execução técnica são sempre determinados por um contexto tático. Isto quer dizer que, a partir da técnica, o jogador aplica os conceitos táticos, servindo assim com inteligência a sua equipa.

  Concluindo, na prática, a tática e a técnica estão dependentes uma da outra, pois as habilidades técnicas do atleta estão relacionadas com a leitura e a decisão desse atleta. A tática estruturada pelo treinador para aquele jogo pode ser a melhor, mas se um jogador não tiver qualidades técnicas, como por exemplo ao nível do passe, do domínio da bola, da condução de bola e até do remate, aquela tática nunca vai resultar. Para que a tática funcione os jogadores têm que saber decidir de forma correta, lendo bem o jogo e executando bem em prol da equipa.



sexta-feira, 20 de março de 2015

A Evolução dos Sistemas Táticos !

  Muitos amantes do futebol nunca tiveram a curiosidade de perceber a evolução dos sistemas tácticos no futebol. Então no futebol moderno, o futebol catual, estamos habituados a ver esquemas tácticos como o famoso 4-4-2, 4-3-3, 3-5-2, entre outros.
  Mas como tudo começou para chegar até ao futebol de hoje?
  Para responder a esta questão desenvolvi um resumo da história da táctica no futebol, como tudo começou e a necessidade das adaptações do treinador para organizar os seus jogadores para combater as adversidades do jogo.


  A evolução tática do futebol surge da necessidade estratégica para travar o adversário, então isto implica dizer que para surpreender o adversário com estratégias de ataque e de defesa ou para anular as suas ações, os jogadores precisam de constante movimentação no campo de jogo, com ou sem posse de bola.
  
  O sistema tático teve evolução ainda por outros factores, como as mudanças de regras no jogo, o condicionamento físico cada vez mais aprimorado pelos atletas, o que resultou na diminuição dos espaços em campo, aumentando a velocidade dos jogos e diminuição do tempo de reação para a tomada de decisão, gerando a necessidade de novas concepções táticas que inovem e surpreendam os adversários. Para que isto aconteça, os atletas necessitaram também de melhorar as suas capacidades cognitivas e quanto maior for a sua capacidade intelectual, maior é a facilidade para captarem as informações e administrar as situações do jogo.

  O número de 11 jogadores, usados por cada equipa atualmente, apareceu pela primeira vez na Inglaterra no ano de 1860. O sistema tático mais usado neste ano foi o 1-1-8, ou seja, 1 defesa, 1 médio e 8 atacantes. Este sistema tático era essencialmente ofensivo, anárquico, instintivo e sem medo, onde a melhor defesa era o ataque. Aqui o objectivo era levar a bola até à baliza adversária, não importava como. O drible já era uma habilidade, o passe somente em ultimo recurso e como havia muito individualismo não havia uma equipa compacta. 


  No dia 29 de Outubro de 1863, o futebol foi regulamentado, surgiram as primeiras 9 regras. Entre 1863 e 1871, a distribuição dos jogadores em campo, passou do 1-1-8, ao 1-2-7 e ao 2-2-6. 

  O sistema tático 1-2-7, apareceu com a necessidade de fortalecer a equipa defensivamente com o recuo de um dos atacantes para o setor defensivo. Como, era necessário cada vez mais defender a sua baliza e tentar não sofrer tantos golos, apareceu o sistema tático 2-2-6, ou seja, as equipas começaram a jogar com 2 defesas, 2 médios e 6 atacantes. Como podemos verificar o futebol já mostrava que a sua tendência seria o jogo a partir do meio campo.




  No ano de 1883, na Universidade de Cambridge, pela primeira vez uma equipa aparece a jogar taticamente com a formação de 2 defesas, 3 médios e 5 atacantes (2-3-5), o chamado sistema “clássico” ou “piramidal”. Com esta distribuição dos jogadores, começou a haver um melhoramento na ocupação dos espaços, os jogadores encontravam-se mais distribuídos em campo, gerando um maior equilíbrio entre todos os setores, as defesas foram-se reforçando e o drible foi cedendo lugar ao passe.

  Este sistema tático foi introduzido em Portugal pelos Irmãos Pinto Basto, tendo sido bem aceite no mundo do futebol e perdurando durante cerca de 50 anos. 


  O futebol continuou a evoluir e adaptar-se a realidade com varias mudanças como:
  • Os defesas abandoaram a velha posição de um a frente e outro atras, para jogarem lado a lado, procurando, sempre impedir o ataque do adversário. 
  •  O surgimento do “W”, os avançados e os médios que jogavam na mesma linha passaram a formar um “W” dentro de campo, ou seja, os médios recuaram e jogavam atras dos avançados como podemos verificar na imagem. 
  • O sistema tático 2-3-5 adaptou-se e passou a usar-se também o 2-3-2-3, ou o “WW”.


  Em 1925, através de Herbert Chapman, treinador do Arsenal de Londres, aparece a transição do “WW” (2-3-2-3) para o “WM” (3-2-2-3), esta transição tática teve grande importância no futebol e na história dos sistemas táticos, pois privilegiou mais a defesa, com um recuo de um médio e com a contribuição dos outros dois médios nas tarefas defensivas. 

   Este sistema aparece como resposta à alteração da lei do fora-de-jogo de 1925. Impõem-se rapidamente na Grã-Bretanha, mas chega rapidamente aos outros países. Prevaleceu durante 25 anos.

  Até hoje este sistema pode ser visto em algumas equipas do futebol atual, que muitas vezes usam o 3-2-2-3, ou simplesmente, o 3-4-3. 


  Na década de 40, surge a formação tática 4-2-4, que seria usada pelo Brasil na Copa do Mundo de 1958. Nesse mesmo ano o “WM” começa a sofrer modificações, tornando-se de vez no sistema 4-2-4 ou sistema diagonal, onde os jogadores denominados por médios oscilavam na defesa e no ataque.


  Em 1962, o sistema “WM” estava em decadência e o 4-2-4 começou a perder espaço com o parecimento do 4-3-3. O posicionamento e a sua obrigação em campo tornavam-se cada vez mais sujeitas à definição previamente determinada, o que abria espaço para as improvisações ao longo do jogo.


  A mudança continuava e era necessário adaptar os jogadores a realidade do futebol, então, em virtude da evolução na preparação física dos jogadores, o 4-3-3 começou a dividir espaço com a criação do sistema 4-4-2 e as suas variações, que se caracterizavam pelo maior preenchimento no meio campo, começavam a dar importância de manter a posse de bola. Este sistema contava com 4 médios, 2 médios mais defensivos e 2 mais atacantes. Com a aproximação dos médios da área adversária, havia a necessidade de os preparar melhor fisicamente e tecnicamente de maneira a desempenhar melhor as suas funções.


  Na Eurocopa de 1984 a seleção da Dinamarca inovou o seu sistema de jogo, utilizando o 3-5-2. Este sistema era composto por 3 defesas, sendo um deles um libero, que joga como ultimo defesa, 3 médios, 2 alas e 2 avançados. O ataque nesta formação tem a presença de mais dois jogadores que são os alas, o ala direito tinha a função de percorrer a lateral direita e o ala esquerdo tereia a mesma função a desempenhar mas do lado esquerdo. Este sistema tático podia ser adaptado num 5-3-2.


  Com a necessidade de forte marcação e o aumento da velocidade nos jogos, surge o 4-5-1, consistia em 4 defesas, aparecendo aqui os laterais, 5 médios, dos quais três eram de forte marcação e 1 avançado. Neste sistema quando a equipa ganhava a pose de bola, os jogadores do meio campo tinham a função de levarem a bola, sempre controlada pela equipa, ate á entrada da área adversária, para depois tentarem finalizar


  No futebol moderno, os sistemas táticos mais usados são:
  • 4-3-3;
  • 4-4-2;
  • 4-5-1;
  • 5-4-1;
  • 5-3-2;
  • 3-5-2;
  • 4-2-3-1.